quarta-feira, setembro 14, 2016

A outro ciclo

Hoje é o ultimo dia que escrevo pensando em você
Quatro meses se passaram, saí da minha crisálida
E hoje tenho as respostas do que antes não podia compreender

Amei te conhecer desde o primeiro dia,
meu primeiro pensamento foi "ele tem cara de cafajeste"
devia ter guardado esse pensamento com mais afinco

você de um tudo fez pra que eu gostasse de você
sua natureza é essa, a de conquistar
usar as pessoas a sua vontade e prazer

Não vi isso de começo, tinhamos um acordo de sermos sinceros
Isso eu fui do dia que te conheci até o dia que conheci o outro você
E quando lembro de tudo vejo as vezes que tu mostrou a outra face

Parecia um sonho algumas horas
Como se tivesse encontrado o meu guarda de castelo
Castelo esse uma memoria na areia apagada por um onda leve

No fim das contas você me libertou
Trouxe do fundo da minha alma a vontade de mudar
Hoje sou só eu, para mim, em mim

Enfim chego a uma conclusão
Agradeço todo dia por você ter entrado em minha vida
e em dobro agradeço por não ter ficado

Não foi que não demos certo
O que você procurava era uma gaiola
Enquanto tudo que eu queria era me libertar da minha

domingo, maio 01, 2016

Silêncio!

Em tão pouco tempo me acostumei a você
Bons dias e boas noites iniciavam e terminavam meu dia
Sua presença no meu telefone
Sua presença aonde quer que eu fosse

Agora silêncio
Minha nuca arde,
Meu peito mal bate
Olho insistentemente procurando novas mensagens
Mas o silêncio é a mensagem mais clara que qualquer outra

Antes do silêncio um bombardeio
Palavras como facas, seu pouco caso mirou no coração
Acendo mais uma cigarro
Espero que a fumaça mate esse desassossego
Mas a fumaça sai, o desassossego fica

Relembro de tudo, sorrisos, o deslizar dos nossos corpos
por muitas vezes pensei que a sorte me ganhou
via você em meus planos, em cada ação que eu tomava você estava
Isso ainda não mudou, isso ainda está fundido ao meu peito
Tudo foi tão repentino que o começo e o fim se misturam
Sinto que ainda estou perdido no meio

Não sei do futuro, não sei de nós
Não sei se existe nós, não sei o que pensas,
Não sei o que quer, não sei se tuas palavras eram verdadeiras
Não saber me mata, acendo outro cigarro
Pois se é pra morrer, prefiro ter o controle da minha morte
Ao invés de ficar agonizando em inquietude

O pior de tudo é eu ser tão visceral
Me joguei mirando o mar e cai direto nas pedras
Tenho medo do quanto gosto de você
Me machuco em meus próprios pensamentos
Como uma hidra minhas neuras se multiplicam
Ao acabar com uma três aparecem para me atormentar

O silêncio continua, mas não agonizo mais
aceitei, o tempo irá dizer, o silencio pode se quebrar em lágrimas
Ou entao direto em alegrias, de uma forma ou de outra haverá alegrias
Há de se formar alguma coisa,
As cinzas sempre conduzem a algo novo
Então que venha mais um cigarro!

quarta-feira, novembro 11, 2015

Já Valsei e mais uma vez

As nuances das minhas mentiras me tiram o sono
por lembrar de seu perfume e me conter
e sentir em sua presença e disfarçar

As nuances de tuas marcas me deixam em carne viva
por usar minhas forças para me parar
sem ousar, por saber

por vezes fantasio com você, mas não sou mais de fugir em fantasias
me recolho, a âncora dos pesares me busca e volta


Mas olho, e muitas vezes não vejo,
esqueço, desobedeço e me envolvo
seu perfume, tão de outros mas tão unicamente seu


Por vezes estou a deriva sabendo que não és cais
por vezes busco teu cais sem saber
e muitas outras vezes me zombo
Quando não correspondido amor é patético

Sem saber como agir, sem saber o que esperar
as nuances de minhas mentiras me dão esperanças
busco respostas que já tenho

não aceitar é lei
Mas nada no mundo é feito em meu contentamento
ou no nosso,
Nem você!

quarta-feira, outubro 14, 2015

Evanescendo

Meu primeiro beijo já não existe mais 
Foi em um bar e ele fechou 
Foi excitação, olhares, um leve toque 
Uma frase, tentou e conseguiu 

Minha paixão já não existe mais 
Foram noites, frases, sussurros,  
Foi simplao, noite fria, fumaça 
Minhas pernas na sua, seus olhos em mim, despedida 

Você já não existe mais 
Foi alegre, presente, sorriso 
Um sonho, uma canção, uma brisa 
De repente ausência 

Minha esperança já não existe mais 
Foi tola, esguia, saudosa, vítima 
Olhou sua imagem e não viu os anos que passaram 
Como um vinho envelheceu, porém envelheceu mal 

Meu amor já não existe mais 
Foi conexão, sem luxúria, prazer, dominação 
Foi um olhar, só olhar e sorriso contemplativo 
Sem me enganar,  amor  que é amor insiste 

quarta-feira, setembro 02, 2015

A Prisão e ao fel

Estou outra vez aqui,
é frio, inverno, tudo cinza
lembranças se diluem com o que vivo,
como gota de tinta em água

Mais uma vez, réu
de volta a prisão e ao fel
coração a bola de ferro
que presa ao pé me segura

Mais uma vez aqui
criando e descriando
ilusões que existem só em mim
desilusões que só eu sinto

Por mais uma vez
aqui escrevo, descrevo
deixando, me queixando
sonhando e deslumbrando

Aqui outra vez
sempre olhando
sem entender, compreendo
sem entender, me rendo.

segunda-feira, agosto 17, 2015

Canal Corinto

Bem vindos ao canal
nem bem, bem mal
é hora de se ligar
para que não eleve a moral

vamos hora, hora embora
nada que surte seja
ou peleja essa que faz
dos olhos a vida é igual

como e como,
não quero engodo, a real
talvez te digam, pare!
ou so mostrem o canal

é estreito e longo
embora diga que todos naveguem
nunca se engane
é filiação afinal

toma, que vai, lá
vem, que traz, cá
mais te dizem
como você não há igual

hora espero ou desespero
é mesmo que em mãos
de moco me sinto
nada igual, nunca igual

seja como seja ou for
por vezes perdemos interesse
ou paciência,
não queremos mais a peleja
seja como seja ou for
as vezes nos perdemos
e vagamos pra outro canal

quinta-feira, agosto 13, 2015

O Retorno

Longa estrada, a frente e atras
da longa pausa, ventre que tráz
um cajado, um aro, a volta da roda
sem cansaço, sem relógio, alguma hora

Alvorecer da noite que jaz
um recomeço, um abraço,
insone alegre o mal não faz

não tenho pesares, quais glórias sofri
é volta ou roda, caminho traçado
onde está neste vale, não era enlameado?

desassossego, visões do passado
onde lhe cabe, nunca morei por estas veredas
acostumo-me a estas novas clareiras?

Qual parte pastei, por onde que passo
arrepio nunca vi, alegria, é descompasso?

Desconhecidos são os meus passos
que deixo e hora vejo ou não vejo

quão bons são, não importa
nunca apareço.